Os discursos dos cinco presidentes das centrais destacaram a unidade conquistada ao longo dos últimos meses, período em que se materializou o documento final da Conclat, realizada em 01 de junho, no Pacaembu, em São Paulo.
Em seu pronunciamento, Wagner Gomes, presidente da CTB, destacou o caráter histórico da Conclat e sustentou que a mesma unidade demonstrada pelas centrais deve servir de exemplo para um novo projeto nacional de desenvolvimento. "Estamos fazendo história e devemos ter consciência de que o destino do Brasil depende de nós. Os rumos políticos da nação podem ser mais ou menos progressistas dependendo da participação da classe trabalhadora nas batalhas em curso e, em especial, nas eleições de outubro, nas quais devemos nos empenhar de corpo e alma para eleger candidatos identificados e comprometidos com nossa agenda", disse.
Wagner Gomes lembrou também que a responsabilidade dos trabalhadores e trabalhadoras é muito grande, bem como seus desafios. Mas mostrou-se otimista quanto ao futuro e também adiantou qual será a tarefa do movimento sindical para este ano: "Derrotamos o neoliberalismo nas urnas em 2002, voltamos a derrotá-lo em 2006 e vamos lhes impor uma nova derrota em outubro, barrando a possibilidade de retrocesso. É esta a nossa tarefa comum neste ano".
Antônio Neto, da CGTB, disse que essa união deve servir de exemplo para as próximas lutas do sindicalismo. "A grande virtude deste palanque é a unidade. Até 2002, estávamos na resistência e esta assembleia marca a maturidade das centrais. Organizadas, só temos a ganhar. Temos agora que seguir unidos para que sigamos avançando", afirmou.
Para José Calixto Ramos, da Nova Central, essa unidade tem que ser traduzida em novas ações de luta. "Soubemos lidar com nossas diferenças para organizar este evento. Somente a unidade de ação trará resultados satisfatórios para a classe trabalhadora", bradou.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, lembrou que, apesar da amplitude do documento elaborado pelas centrais (são 249 itens no total), prevaleceu a unidade em torno das causas mais importantes. "Nós já vínhamos buscando isso há muito tempo. Temos divergências, é claro, mas aprendemos a nos unir naquilo que é mais importante para os trabalhadores", disse.
Artur Henrique, da CUT, lembrou que essa mesma unidade demonstrada na Conclat foi a responsável por conquistas recentes, como o reconhecimento das centrais e a política de valorização do salário mínimo. Segundo ele, esse mesmo esforço deve ser feito nas próximas eleições, no sentido de evitar qualquer retrocesso político para o país. "O desafio é muito grande, pois não podemos permitir a volta ao poder daqueles que trouxeram tanto atraso para o Brasil", afirmou.
Iniciativa partiu da CTB
A Declaração Política do 2º Congresso da CTB, realizado em setembro de 2009, já adiantava como deveria ser o processo de constituição do evento realizado neste 1º de junho. "Para coroar o processo de unidade que já está em curso, a CTB propõe a realização de uma nova Conclat - Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, reunindo milhares de sindicalistas de todas as centrais e entidades sindicais, independentemente das posições políticas e ideológicas, sem discriminações. A Conclat vai elevar a um novo patamar o nível de intervenção e influência do sindicalismo e da classe trabalhadora na vida nacional", dizia o texto.
Fernando Damasceno
Fonte: Portal CTB